quinta-feira, outubro 29, 2009

40 anos do correio electrónico: video

http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/NoticiasVida/2009/10/dois-computadores-comunicaram-entre-si-pela-primeira-vez-ha-40-anos.htm
Entrevista exclusiva da SIC a Leonard Kleinrock o pai do correio electrónico

Na noite de 29 de Outubro de 1969, Leonard Kleinrock conseguiu ligar em rede dois computadores, um na Universidade da Califónia (UCLA) em Los Angeles, outro no Stanford Research Institute (SRI), no mesmo estado norte-americano.

• "Olhai e vede!", a Internet nasceu há 40 anos
• Breve cronologia da fundação da Internet

SIC: O que pensou naquela noite, há 40 anos, quando tentou enviar a mensagem? Naquela altura, que implicações achou que teria no futuro das comunicações?

Leonard Kleinrock: Estava simplesmente a realizar uma parte essencial do desenvolvimento da tecnologia. Não tínhamos uma mensagem cuidadosamente preparada (como tinha Samuel Morse com o seu telégrafo ou Alexander Graham Bell com o seu telefone ou Neil Armstrong quando aterrou na Lua). A única coisa que queríamos era fazer LOGIN na máquina remota no SRI.

Não tínhamos câmara nem gravador nem nenhum meio de comunicação, etc. Porém, tive uma visão, no princípio. Deixe-me descrever algum do historial e depois revelar a minha visão directamente.

"O que me escapou foi o facto de que a minha falecida avó de 99 anos estaria na Internet"

Quando estava a fazer a minha pesquisa para o doutoramento no MIT, entre 1960 e 1962, o meu objectivo era desenvolver uma tecnologia que permitisse que os computadores falassem uns com os outros. Não havia nenhuma tecnologia de rede adequada para suportar a comunicação de dados, na altura, e, portanto, desenvolvi essa tecnologia para o meu doutoramento. Porém, ao aproximarmo-nos do desenvolvimento do primeiro nó da rede, articulei uma visão mais focada que foi depois publicada como um comunicado de imprensa a 3 de Julho de 1969, meses antes de surgir a Internet. (ver comunicado).

Nesse comunicado de imprensa, citam-me como tendo previsto o seguinte: "A partir de agora, as redes informáticas ainda estão na sua infância, mas, à medida que crescerem e se tornarem mais sofisticadas, provavelmente veremos o alastramento de "serviços informáticos" que, tal como os actuais serviços eléctricos e de telefone, serão utilizados nos lares e nas empresas à volta do país." Fiquei agradavelmente surpreendido com a forma como o comentário dos "serviços informáticos" antecipou o aparecimento dos serviços IP actuais, e como o comentário dos "serviços eléctricos e de telefone" antecipou a capacidade de nos ligarmos em qualquer lado a uma rede sempre em funcionamento e "invisível", e como o comentário dos "lares e empresas" antecipou o acesso universal. Mas o que me escapou foi o facto de que a minha falecida avó de 99 anos estaria na Internet, isto é, não previ a poderosa faceta comunitária da Internet e o seu impacto sobre todos os aspectos da nossa sociedade. Como disse, não previ a poderosa faceta comunitária da Internet e o seu impacto sobre todos os aspectos da nossa sociedade. Mais especificamente, a minha visão original era que a rede se destinaria à interacção entre computadores e também à interacção entre pessoas e computador, mas, afinal, a sua utilização dominante revelou ser a interacção entre pessoas.

Esta utilização dominante manifestou-se, primeiramente, no crescimento rápido e extensivo do tráfego de e-mail, assim que ficou amplamente disponível em 1972 e, desde então, foi seguido por uma longa sequência de surpreendentes e explosivas aplicações, tais como o YouTube, o FaceBook e o Twitter.

Tentou escrever "LOG", mas que o computador "crashou" e só conseguiu escrever "LO", que soletrado, pode resultado num "Hello" ("Olá"). Pensou nesta coincidência?

Eu estava radiante por termos conseguido enviar essa profética e sucinta mensagem. Afinal, dizia "Lo" como em "Lo and behold" ("Olhai e vede!") Não poderíamos desejar uma mensagem mais sucinta e profética, mas foi acidental.

Regresso ao presente, o que é a Internet actualmente?

No meu ponto de vista do futuro flexível da Internet, vejo os utilizadores a passarem mais para um modo de mobilidade, onde têm acesso à Internet não apenas do seu ambiente de trabalho empresarial, mas também universalmente, a qualquer altura, onde quer que estejam, seja através de que dispositivo for, através de uma banda larga fluida e segura. A utilização de vídeo vai ser extensiva, vai prevalecer a personalização em massa, a

"O nosso ambiente estará vivo com tecnologia - nas paredes, nas secretária, na roupa (...) nos nossos corpos"
mobilidade extrema em conjunção com serviços sedeados localmente serão a norma e a sociedade e o estilo de vida dos nossos cidadãos pelo mundo for a irão mudar drasticamente.

Prevejo que o ciberespaço deixará de ficar preso nos monitores dos computadores para o qual todos espreitamos (ou seja, preso no mundo do nada) e passará para um ambiente físico. Prevejo pequenos e extensos dispositivos universalmente embutidos no mundo físico, que fornecem as capacidades de actuadores, sensores, lógica, memória, processamento, comunicadores, câmaras, microfones, colunas, écras, etiquetas RFID, etc. A maioria das coisas no nosso ambiente físico será fornecida por Internet através desta tecnologia embutida e criará "espaços inteligentes".

O nosso ambiente estará vivo com tecnologia - nas paredes, nas secretárias, na roupa, nos óculos, nos relógios, nos candeeiros, frigoríficos, veículos, quartos de hotel, unhas e nos nossos corpos. Quando eu entrar numa sala, a sala saberá que entrei e eu poderei conversar com ela numa linguagem natural. As respostas ser-me-ão dadas por via de um discurso de linguagem natural, vídeo, imagens, mensagens em óculos, hologramas ou outras tecnologias intuitivas de interface baseadas nos humanos.

Haverá agentes de software inteligente por toda a rede, cuja função será recolher dados, agir com base nesses dados, observar as tendências, levar a cabo tarefas de forma dinâmica e adaptar-se ao seu ambiente. Será gerada uma quantidade muito maior de trâfego de rede, não tanto por parte dos humanos, mas por esses dispositivos embutidos e esses agentes de software inteligente.
"A Internet evoluirá até se tornar uma infraestrutura invisível"
Haverá grandes colecções de sistemas auto-organizadores que controlarão redes extensas e rápidas. Enormes quantidades de informação passarão pelas redes instantaneamente e essa informação será submetida a enormes processamentos e informará os sofisticados sistemas de apoio e controlo das decisões da nossa sociedade. As fronteiras raciais, económicas, religiosas, políticas e outras fronteiras sociais ficarão consideravelmente enfraquecidas, permitindo assim que a voz de todos seja ouvida e seguida.

A Internet evoluirá até se tornar uma infraestrutura invisível que serve como um sistema nervoso global para as pessoas e os processos deste planeta.

Desde a sua primeira mensagem, tivemos e-mail, depois IRC, mensagens instantâneas... e agora temos redes sociais em tempo real como o Facebook e o Twitter e agora Google Wave - o qual, há já quem diga, acabará com o e-mail. O que acha desta evolução e o que virá a seguir? As pessoas deixarão de utilizar o e-mail e mudarão para outra coisa?

Acho que o e-mail ainda vai durar muito tempo. O seu objectivo e utilização é bastante diferente das actuais aplicações sociais. O e-mail serve para proporcionar comunicações mais substanciais e informação para todos os aspectos profissionais, pessoais, educacionais, etc. Vejo as tecnologias de redes sociais a servirem mais as necessidades de interacção e conversação. São complementares e, provavelmente, continuarão assim.

Como comenta o "lado negro" da Internet, os problemas como o Spam ou questões de privacidade?

A Internet tem um lado negro que inclui Spam, violação da privacidade, pornografia, pedofilia, negação de serviço, worms, vírus,

"A combinação de um acesso anónimo, extensivo e gratuito (...) gera uma grande necessidade na Internet"
destruição de propriedade, roubo de identidade, entre outros. A Internet fornece um enorme grau de anonimato aos criminosos, muito mais do que alguma vez foi possível. Além disso, a Internet permite que cheguemos a centenas de milhões de utilizadores, de forma fácil, rápida e, essencialmente, sem qualquer custo (em termos de dinheiro e esforço). Esta combinação de um acesso anónimo, extensivo e gratuito aos outros é uma fórmula que gera um lado negro na Internet. Uma grande necessidade na Internet para combater estes problemas é introduzir uma autenticação de utilizador e de ficheiros mais forte.

Infelizmente, isso não fazia parte da original arquitectura da Internet e será muito difícil de instalar na extensa Internet de hoje. Ainda assim, a grande vantagem da Internet é proporcionar um terreno de jogo nivelado para todas as pessoas do mundo e um formidável meio para o discurso e a interacção humana.
E-mail faz hoje 40 anos

A primeira mensagem de correio electrónico entre dois computadores (e-mail em rede) situados em locais distantes foi enviada a 29 de Outubro de 1969, quase dois meses depois do primeiro nó que deu origem à Internet.

O texto dessa primeira mensagem continha apenas duas letras e um ponto - "LO.". O investigador da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) Leonard Kleinrock queria escrever "LOGIN", mas o sistema foi abaixo a meio da transmissão.

A mensagem seguiu do computador do laboratório de Kleinrock na UCLA para o de Douglas Engelbart no Stanford Research Institute, utilizando como suporte a recém-criada rede da ARPA (Advanced Research Projects Agency), agência financiada pelo governo norte-americano.
O primeiro nó de ligação entre dois computadores da Arpanet tinha sido estabelecido pouco tempo antes, em 02 de Setembro de 1969, pelo que a história da Internet e do e-mail em rede se confundem.

No início da década de 1960, surgiram alguns sistemas de troca de mensagens entre terminais de um mesmo computador, em tempo diferido (1961) e em tempo real (1965), mas o primeiro e-mail em rede foi transmitido apenas em 1969.

Dois anos depois, em 1971, Ray Tomlinson inventou os primeiros programas para envio de e-mails em rede através da Arpanet e criou a arroba ("at", em Inglês - @) para separar o login do utilizador do domínio do servidor.

Em 1976, a rainha de Inglaterra, Isabel II, enviou o seu primeiro e-mail, e em 1978 surgiu o primeiro spam, entendido como mensagem de correio electrónico enviada para múltiplos destinatários sem consentimento destes.

Quarenta anos depois, 70 por cento dos e-mails enviados diariamente são "spam", uma "praga" que acompanha o crescimento dos vírus e do marketing na Internet, mas que tem sido combatida, com relativo sucesso, por diversos sistemas de filtragem entretanto desenvolvidos.

O "spam" não é, contudo, o único adversário do e-mail, que encontra cada vez mais concorrentes noutros sistemas de comunicação de texto, áudio e vídeo, de envio de ficheiros e de troca de mensagens instantâneas, através de ferramentas como o Messenger, Skype e Twitter, a que se juntará em breve o Google Wave.

"Pela sua formalidade, o e-mail é algo pouco apelativo para os utilizadores mais jovens. Os blogs e o Twitter ocupam um espaço menos informal", disse à agência Lusa Libório Silva, autor do livro sobre correio electrónico mais vendido em Portugal, "e-mail", editado em 2008.

Libório Silva afirmou que o e-mail continua a ser uma ferramenta em expansão em todo o Mundo, pela facilidade de utilização e pela capacidade de envio de ficheiros associados a mensagens.

Libório Silva destacou como principal ruptura na história do e-mail o surgimento dos serviços de webmail, que são actualmente líderes de mercado entre utilizadores individuais, mas não nas empresas, que continuam a preferir servidores internos.

Outro momento importante foi o surgimento do e-mail da Google (gmail), oferecendo um gigabyte de capacidade, quando os serviços de então ofereciam apenas quatro megabytes, "250 vezes menos".

Apesar de popular, o e-mail continua a ser utilizado pela esmagadora maioria das pessoas sem certificados digitais de segurança, pelo que cada mensagem pode ser interceptada por "um qualquer técnico de informática que tenha acesso a um dos 'routers' por onde passa".

"Mais de 99 por cento dos e-mails são como postais, sem terem envelope por fora", comparou Libório Silva, realçando que só um por cento são "cartas lacradas".

Outros dos pioneiros da Internet em Portugal, Vítor Magalhães, disse à Lusa que "o e-mail continua a ser a funcionalidade da Internet que mais se mantém e que tem tido um desenvolvimento normal", sendo os fóruns de discussão e o Twitter "alternativas e não concorrentes".

Para Vítor Magalhães, "a tentativa da Google de destruir o e-mail através do Google Wave" não deverá ter o sucesso que a empresa prevê, porque o novo serviço contém o mesmo mecanismo e funcionalidade básica do e-mail, de comunicação textual e de transferência de conteúdo multimédia, pelo que não há uma mudança de conceito.

Source Diario Digital

quarta-feira, outubro 28, 2009

Microsoft vai disponibilizar especificações .pst do Outlook

A Microsoft afirmou que vai publicar as especificações por detrás dos ficheiros .pst do Outlook. Num post, Paul Lorimer, um dos responsáveis pela área de interoperabilidade do Office, garantiu que a empresa quer melhorar o acesso de plataformas independentes ao email, agenda, contactos e outros dados gerados pelo programa de correio electrónico.

"De modo a facilitar a interoperabilidade e possibilitar aos nossos clientes e parceiros o acesso aos dados em ficheiros .pst numa variedade de plataformas, vamos disponibilizar informação acerca do formato", escreveu Lorimer.

A iniciativa ajudará os programadores a lerem, criarem e interoperarem com os dados nos ficheiros .pst em cenários de servidor e cliente, usando uma linguagem de programação e plataforma à sua escolha, acrescenta o responsável.

A documentação técnica irá detalhar a forma como os dados são armazenados, a par de indicações para acesso à informação a partir de outras aplicações de software. Dará igualmente destaque à estrutura .pst, fornecendo detalhes acerca da forma de navegar na hierarquia de ficheiros, entre outros aspectos.

O esforço de disponibilização ainda estará contudo numa fase inicial, com Lorimer a afirmar que a Microsoft quer garantir a qualidade da informação técnica, "por forma a assegurar que é clara e útil".

Source Tek Sapo